EDITORIAL - OPINIÃO JC - 15/03/2012
Negligência inaceitável
Seis municípios pernambucanos Olinda, Igarassu, Jaboatão, Cabo, Abreu e Lima e Palmares poderão ficar sem câmpus do Instituto Federal de Pernambuco porque não cederam os respectivos terrenos na data estabelecida. Esses municípios assinaram termo de compromisso com o MEC, assumindo a responsabilidade de, num prazo de 150 dias, indicar o terreno e regularizar o repasse para o Instituto. O prazo acabou no primeiro dia de março e, numa concessão para lá de especial, o Ministério de Educação e Cultura ainda vai esperar esta semana pela doação. Se não for efetivada, vai procurar outros municípios interessados num ensino gratuito e de qualidade.
Muito mais que falta de atenção, trata-se de uma omissão gravíssima, que pode ser entendida de várias maneiras: por negligência, ignorância, incompetência, fastio para com o exercício da atividade pública. Em qualquer moldura que se coloque, os dirigentes municipais dessas cidades poderiam ser responsabilizados através de uma ação civil pública, porque por inércia deixam de levar à população a possibilidade de acesso a educação, ciência e tecnologia. Nunca será demais lembrar que nosso tempo é o tempo do conhecimento, um patrimônio imaterial que transforma as nações. Todas as que se fizeram grandes no século 20 foi a partir da educação.
Acreditamos que os burgomestres deverão se superar e responder à convocação do Ministério da Educação e Cultura, como fizeram Afogados da Ingazeira, Belo Jardim, Caruaru, Garanhuns, Pesqueira, Barreiros, Ipojuca e Vitória de Santo Antão. Até porque eles devem saber que negligenciando os termos de um acordo tão favorável para seus municípios, estão impedindo boa parte de população de ter acesso a cursos superiores e técnicos, fundamentais para o mercado de trabalho aquecido de nosso Estado. E se assim não fosse, bastaria entender e acreditamos que entendem a importância de ofertar cursos técnicos em agroindústria, em eletroeletrônica, em saneamento, ou bacharelado em agronomia e licenciatura em química, por exemplo. Porque são cursos como esses que estão sendo levados pelos Institutos Federais de Pernambuco nos municípios que fizeram parceria com o MEC.
O que causa perplexidade é ver Olinda, Cabo, Jaboatão, Abreu e Lima fazerem parte desse rol de dirigentes negligentes, posto que não se pode sequer insinuar que se trata de incompetência, dadas a conhecida extensa experiência política e capacidade de se assessorar de pessoas sensíveis à ideia da educação, ciência e tecnologia como os fundamentos do mundo moderno. Se for pouco bater e rebater nessa tecla, poderíamos recorrer a um exemplo concreto, que impressiona a todos: o homem mais rico do mundo ou um dos três mais ricos do mundo , Bill Gates, não construiu seu império com indústrias nem terras, ativos clássicos da economia. Ele é produto do conhecimento, do uso da tecnologia. Que alguns dirigentes municipais aqui perto de nós parecem esnobar, olimpicamente.
Lamentavelmente só agora, depois de 3 anos, é que estamos conhecendo a verdadeira cara do Prefeito Elias Gomes. É um governante que demonstra desprezo pelos jaboatonenses e que não dá valor nenhum ao conhecimento. Depois de 3 anos, segundo ele próprio, planejando e organizando o município, apenas um projeto consegiu transformar em realidade: o presídio na Muribeca.
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